quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Soluço Salutar



"Um grito mora em mim.
À noite, ele se afoita,
Procurando com suas presas algo para amar." Sylvia Plath



Uma pancada seca e forte
Fez-me sentir monstro revelado.
Soluços salutares invadem a madrugada
Será que fora sempre assim
E no fundo não enxergava esse lado
Escuro, no espelho que o desenhava claro?

Não posso mais reivindicar amores
Não tenho cara para acariciar o rosto
No instante apenas pretendo me retratar
Expor-me num auto-retrato menos sal.

Não quero beijos nem cafuné-marrom
Não mereço abraço nem mãos tácitas
Só preciso de uma Boca-juri
Pra me dizer pronta, mesmo longe
Que não sou vereda com grama-abismo
Não pedia encanto desabando banal.

Quero sol, olhos abertos e queimadura.
Céu ameno-azul sem estrelas maduras.
Apenas um véu descoberto com coisas sujas.
Ou pelo menos manchas que saem esdrúxulas.

Noite nebulosa que enterra estrelas
Tela iluminada que desterra fragilidades
Elogios confundidos com promiscuidade
Água-mansa que descobre lençol-saudade.
No mais, se muito te sugo;
é Amizade.

4 comentários:

Anônimo disse...

legal...

Joice Nunes disse...

vaila vaila pra esse comment de cima
huhuhuhu

Anônimo disse...

ahah.
Falou pouco mas por instantes me salvou do 0 comentários. rs

Teresa Maia disse...

Eu so sei o que nao quero. Tu tá na minha frente, meu amigo. Agora que tu ja sabe o quer...

[...]

O que a gente faz depois que sabe o que quer? hã?