quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Labirinto de abraços

Está lá, aturdido em um labirinto com pessoas por todos os lados, abarrotadas de ânsia e tumulto. Além do difícil caminho até uma luz findoura, existem obstáculos humanos.
Maiores que quaisquer paredes grossas e duras, ele recebe pancadas fortes de almas.(necessárias)
Sangue escorre pelas mãos.
Escorrega suave até a ponta do dedo indicador. Eis que limpa o dedo carne-viva em sua língua esponja-de-desejo.
Um gosto que arde. bom e forte.

De repente está só entre paredes. Segue por alguns corredores e vê uma luz vermelha incandescente que o cega. Mesmo no escuro, aquela luz vermelha-viva acende como fogo em sua cabeça. Ele então corre, sem medo que seus ossos sejam estraçalhados por peitos de concreto.

Quando seu extinto ríspido o pára, a visão retorna e o vazio reina.
Mas junto aos seus pés feridos encontra uma taça de champagne amarela-saudade.
Dentro,
saliva, água doce do apetite;
lágrima, água salgada de gozo e dor.

Junto com a taça percebe marca de mãos que o ampara.
Agarram seus dedos como nó.
Sente um sorriso naquele alicerce de sombra.

Uma claridade frouxa de pôr-do-sol
Irrompe em mãos; abrigo de candura.
Sol caindo significaria fim do dia,
ou noite que precede sol da manhã?
Essas mãos pareciam o segurar com força.
E o Labirinto se faz jardim de rosas.
As paredes, braços.
Os caminhos, carinho.
Reguemos abraços, pois.

3 comentários:

Anônimo disse...

estive te visitando, suas palavras sáo intensas e corem livres. gostei!

Anônimo disse...

Um prazer lhe ter aqui Glória. Ver-te experimentando minhas simples palavras.

Sou um grande admirador seu.

Anônimo disse...

calma.