"Aquele pião, aquela labareda ao vento, aquele fogo-fátuo que era Lily quando, colocados os discos na vitrola, o mambo explodia e começávamos todos a dançar.
(...)
Ficávamos de mãos dadas nas matinês do Ricardo Palma, do Leuro, do Montecarlo e do Colina e, embora não se pudesse dizer que tirávamos sarro na penumbra das platéias, como outros casais mais antigos - tirar sarro era uma fórmula em que cabiam desde beijos anódinos até os chupões linguísticos e toques impróprios que depois era preciso confessar ao padre, nas primeiras sextas-feiras, como pecados mortais -, Lily me deixava beijá-la, nas bochechas, na beirada das orelinhas, no canto da boca e, às vezes, por um segundo, juntava seus lábios aos meus..."
Mario Vargas Llosa
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