quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Nosso mar

O que ficou para trás
O que nos resta ainda mais?

Aquela poesia vermelha
no papel amarelado
Enterrada na gaveta da família
agora escondia também
Destinos. Vencidos. Além.
Mas outros nascem fortes,
ainda bem.

Eles se foram, ela me foi
a coisa mais bonita
desses últimos anos
vividos como dia-a-dia,
bem-te-vi  raiar.

Eles revisitam, respingam
Pisam de novo,
O novo chão.
Removem poeiras,
Afastam as teias
Entre veias e coração.

Trazem bombons de caramelo,
Pérolas de açúcar e saudade.
Lembranças de bolsos fundos,
Carinhos com estampa de avião.

A boca rica de café
e o cheiro de cloro da manhã
na piscina azul e branca
emergem tempos,
em sentimentos por segundo.

E agora em estradas recapeadas
De desejos na pele de flor,
De olhos bem abertos,
De braços mais abertos

Deitados e entregues
nesse imenso asfalto de febre.
Mãos nas costas dançam leves,
tirando o peso das horas.

A ansiedade pelo tempo,
Trouxe você.
E esqueceu pelo caminho
O medo que
queriam nos impor.

Cantamos então que
Amar e mudar as coisas
mesmo sentindo dor,
nos interessam mais.

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