
Os olhos marejados e a vista trepidante de um fim de noite anestésico.
Após longas e fartas risadas com pessoas inestimáveis, a busca por algo que faça sua alma rir no compasso do corpo. Embriaguez fortuita que o faz pensar no que a vida o tirou e por sorte trará novo caminho.
Mãos com punhos cerrados ressetados para cima, alvo de céu imenso. Olhos apertados entre abraços que podem agora ser recebidos até o último gole, gota intensa.
E no caminho de pedras disformes, marca-se o caminho indolor, mas incômodo, das paixões não correspondidas, do amor que circula manso ao redor das áureas de fumaça, presente em cada abertura de braços ou mãos estendidas.
Paixões que respondemos com cartas a nós mesmos, para apagar vazios, esfumaçar buracos que porventura ficaram nos quarteirões vermelhos.
Imagens de momentos intensos sobrevoam a cabeça, como urubus – aqui ressignificados - com sede de reviver instantes marcados, comer cada pedaço daquilo que trás arrepios, calor debaixo de chuva forte e acolhedora.
E tudo segue diferente, mas forte como sempre há se ser.